abertura 2006

Grupo de dinamização sindical dos associados do Sindicato dos Bancários do Centro

quarta-feira, 7 de março de 2007

Palavras e informações prestadas por Carlos Silva à reunião de associados do dia 1 de Março de 2007; − Repto lançado a todos os associados do SBC

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Dada a dificuldade técnica na transcrição das palavras proferidas na reunião do dia 1 de Março passado, houve uma certa demora na sua publicação neste local, pelo que pedimos as nossas desculpas.
Na impossibilidade de efectuar uma transcrição absoluta e integral, o que se tornaria demasiado extenso, optamos por transcrever as informações dadas por Carlos Silva, candidato a presidente do Sindicato dos Bancários do Centro, pela Lista A, dada sua importância e significado neste fortíssimo momento da vida interna do Sindicato dos Bancários do Centro.

Salientamos, além do conjunto de ideias e de propósitos anunciados, o repto lançado por Carlos Silva a todos os trabalhadores, no decurso da sua intervenção:


"...As Direcções não são donas do Sindicato; esta é uma associação sindical, é dos seus associados todos.
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Enquanto uma esmagadora maioria não se assumir de forma consciente e determinada, equivale a demitir-se das suas responsabilidades, deixando as associações sejam elas sindicais sejam elas desportivas, ao sabor de quatro ou cinco “marmanjões “que fazem vida disto e que atingem privilégios e reformas à custa delas.
O Sindicato é uma associação para onde todos vocês descontam, para onde todos nós descontamos: este é o nosso Sindicato..."
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Repto a todos os trabalhadores:
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Nota: o grafismos, títulos e subtítulos, inseridos para facilitarem a abordagem e impressão do texto, são da nossa responsabilidade.
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Saudação e ponto da situação sindical

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Tenho acompanhado com interesse o vosso site na Internet, um site de associados que tem feito variadas referências, a maioria das quais favoráveis à nossa lista.
Exactamente por haver aqui uma reunião de associados, voluntária e não conotada ou, se conotada, apenas e exclusivamente com o sindicato, é por isso que aqui estou acompanhado com outros candidatos da lista A.
A situação que se vive actualmente no sindicato confrange especialmente aqueles que não têm vivido a sua situação no dia a dia desde 28 de Abril de 2005.
No seio de uma organização com quase 70 anos são esses o que mais ressentem as “maldades” que lhe têm sido feitas por uma minoria, mas que é uma minoria – como foi referido − entronizada, facto pouco compatível com uma situação democrática.
Nós não somos arruaceiros, como muitas vezes se quis fazer crer, nomeadamente em conselhos gerais, pelo presidente da mesa Dr. Teles Grilo. Porque se o fossemos as questões já teriam sido resolvidos e alguém já teria saído pela janela. Não é esse o nosso tipo de actuação, nem pode ser esse o nosso tipo de comportamento.
Temos diversas queixas-crime em relação a alguns de nós, temos processos disciplinares internos, temos termos de identidade e residência, fomos completamente despojados do nosso poder de intervenção sindical, foram-nos retirados os pelouros sindicais, foi-nos retirada capacidade de manobra, o sindicato está completamente bloqueado!...

Os SAMS não funcionam, não há orgânica, não há responsabilidade, não há hierarquia, e portanto aqui, quem põe e dispõe são três ou quatro homens, essencialmente dois: Osório Gomes e Teles Grilo, e os seus acólitos que precisam deles para sobreviver dentro e fora do sindicato, o que não é o nosso caso, E é por isso mesmo que as questões foram entregues para processo judicial.

A recusa das soluções intra associativas e a imposição da ruinosa batalha jurídica

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Sete processos judiciais são os que estão em curso. O último dos quais foi o segundo a ser colocado no dia trinta de Maio de 2005, solicitando – como muitos colegas saberão – que a situação fosse resolvida por via intra associativa ou seja, fossem os órgãos do Sindicato a resolver a questão e não permitir que fossem os tribunais a decidir.
Era isso que nós queríamos.
Porque era muito mais fácil do que a primeira acção, aquela que deu a providência cautelar e que inviabilizou a tomada de posse da lista B, como pretensa vencedora que não foi.
Essa é uma acção que está suspensa.
Esta acção nº 639, cuja sentença têm aqui hoje, do dia 1 de Março, entrou posteriormente . E porque que é que a acção principal foi suspensa? Precisamente porque a grande questão que está no cerne da mesma era a resolução interna e a questão de poder resolver-se o conflito internamente no Sindicato dos Bancários do Centro, através do Conselho Geral , que é o órgão que decide este litígio em última instância.

Era muito preferível que os associados vissem que as questões eram dirimidas entre si, como se diz, e muito bem, entre seus pares e seus iguais do que em tribunal por um juiz, o que é uma vergonha. Foi uma vergonha e continua a ser.

A lista B, entretanto, e a MAG, perderam todas as acções


O Dr. Teles Grilo perdeu todas as acções:

  • perdeu os pareceres do Ministério Público,
  • perdeu os recursos,
  • perdeu hoje na sentença destinada a apurar em definitivo qual é a vontade dos associados, qual foi a vontade do conselho geral e qual foi a vontade do tribunal.

Como sabem, o tribunal chegou ao paradigma de ter de nomear uma entidade externa ao sindicato, que nada tem a ver com os bancários, para presidir ao Conselho Geral. Um advogado de Coimbra que nós não conhecíamos, não reuniu em nenhum hotel ou local alternativo: realizou a reunião do Conselho Geral nas instalações do tribunal.
Nós viemos a saber que o facto de ter sido feita a reunião nas instalações do tribunal
era para exteriorizar a ideia de que aquilo que ali fosse decidido era para cumprir: A dignidade, a questão da justiça, a ordem, a garantia das liberdades!...

Desde o dia 8 de Julho de 2006 que a lista A estava confirmada vencedora das eleições pelos órgãos legítimos do Sindicato

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O Conselho Geral deliberou, os elementos da Lista B, da lista A e da MAG participaram,
apresentaram reclamações, apresentaram propostas, votaram, participaram na deliberação, tinham que cumpri-la!....
Em democracia por um voto se ganha por um voto se perde e a democracia não funcionou porque as pessoas da MAG e da lista B entenderam que ela não deveria ter funcionado.
E depois do dia 8 de Julho nós esperámos que, ao abrigo dos estatutos (como sabem o artigo 85º determina que o presidente da MAG cessante tem 8 dias subsequentes ao apuramento definitivo para dar posse aos eleitos), nos fosse dada posse.
A deliberação do Conselho Geral foi efectuada mediante proposta que foi elaborada e apresentada por um conselheiro e votada por uma maioria muito significativa de 29 votos a favor e 18 contra.
Nem que fosse por um único voto o Dr. Teles Grilo tinha que nos dar posse e não deu.
No dia 11 dirigimos-lhe uma carta a relembrá-lo, sugerimos-lhe a data de 17 de Julho para que nos desse posse que era exactamente quando terminava o 8º dia; não nos respondeu, foi de férias.
No dia 4 de Agosto dirigimos-lhe uma nova carta e ele então respondeu-nos dizendo, serenamente, de uma forma clássica como nós conhecemos no Dr. Teles Grilo que só nos daria posse com decisão judicial irrecorrível.
Obrigou-nos de novo a ir para tribunal e o apenso de instância em relação a esse processo é exactamente essa sessão dos dias 21 de Dezembro e de 8 de Janeiro de 2007 que está aqui plasmada naquilo que a juíza decidiu que realmente é a lista A que irá tomar posse.

Esta é a decisão definitiva do tribunal, um esclarecimento que, naturalmente, não tem uma data porque, de acordo com o formalismo jurídico, todas as decisões têm que transitar em julgado.
O trânsito em julgado é um prazo para que a decisão seja consolidada na vida jurídica e esse prazo é de 10 dias, mas como há um período dilatório para que chegue o correio aos advogados, o prazo definitivo para o trânsito em julgado da decisão que os colegas hoje aqui têm é o dia 16 de Março.
A partir daí, que é uma 6ª feira, vai ser apresentado por nós, ou a título individual ou por iniciativa da juíza, um requerimento para ela passar à prática a sua própria decisão.
Este é o ponto da situação em relação aos processos judiciais.

Custas de processos e esbanjamento de meios do Sindicato

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As custas com os nossos processos foram pagas do nosso bolso.
Porque o pagamento pelo Sindicato foi chumbado pelo conselho Geral por proposta do Sr. Osório Gomes.
O Conselho Geral chumbou as contas e os orçamentos para 2006.
Para 2007 nem sequer houve Conselho Geral convocado pela Direcção, contrariando completamente os estatutos.
A Direcção, pela 1ª vez na história do Sindicato nem sequer convocou o Conselho Geral.
Porquê?
Porque já tinha um parecer negativo do conselho fiscalizador de contas!
O Conselho Disciplinar recusou-se a actuar.
Porquê?
Porque Osório Gomes, numa reunião de Direcção, pôs um processo disciplinar e uma queixa-crime contra mim e contra o Aníbal Ribeiro.
E como o assunto foi parar às mãos do Dr. Carlos Castanheira, ele entendeu que não estavam reunidas as condições para que o Conselho Disciplinar funcionasse e não funcionou.
Nada nesta casa funciona!

Situação interna do Sindicato

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Em termos de funcionamento interno não há quem mande; nos serviços – os colegas vêm cá tantas vezes e sabem tão bem como eu – não há hierarquia, não há ligações directas, temos um Sindicato a bambolear que se deixa seguir ao sabor das marés.
Sobretudo com um conjunto de questões tão pertinentes em curso: a contratação colectiva; a área dos SAMS; a questão da segurança social e, na contratação, a mais premente que está em cima da mesa é a questão dos reformados.
E por isso eu achei desde o início bem vinda a iniciativa desta reunião de associados
Já que nós internamente não temos condições oficiais e orgânicas no Sindicato para convocá-la, o que esta Direcção já devia ter feito há mais dum ano e foi feito no Sul e Ilhas e foi feito no Norte e aqui não foi, aquilo que os colegas fizeram merece naturalmente os nossos parabéns.
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Quanto mais não seja é importante dar uma pedrada no charco!...

A sentença que clarifica toda a situação

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Neste momento o marasmo a que nós assistimos é como vocês sabem.
Deu-se a coincidência de hoje, dia 1 de Março, no dia em que vocês marcaram esta reunião, sair exactamente esta sentença.
Como nós sabíamos que a reunião era hoje fomos buscá-la de manhã ao tribunal, porque a sentença ainda não nos foi notificada, só foi hoje para o correio e amanhã é que vai ser enviada aos advogados.
Fizemos questão de a ir buscar para vo-la distribuir.
Agora teremos que esperar mais 20 dias. A decisão não é nossa, a justiça é aquilo que nós conhecemos. Ninguém fiscaliza a justiça, ela fiscaliza-se a si própria e andamos há dois anos nisto. Andamos a arrastar esta situação.
O Sindicato tem afundado a sua imagem, a sua credibilidade, o seu prestígio de tal forma, que uma das questões que eu tenho colocado aos meus colegas com premência, no dia em que tomarmos posse, como é que nós vamos apanhar esta situação, como é que nós vamos agarrar nisto.
É este barco em que nós estamos, de forma tumultuosa, que se transforma hoje na nossa grande dúvida. Temos o empenho, a dedicação, mas temos de saber de que forma é que vamos governar esta nau.
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Uma auditoria (????....) integral (????....) a toda (????....) a estrutura do Sindicato e dos SAMS:

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Agora vou falar como se fosse tomar posse hoje ou como se tivesse tomado posse há bocadinho:
Naturalmente a direcção tem que reunir, mas há questões – nomeadamente com aqueles que estão em mais íntimo contacto e que colaboram a tempo inteiro – que têm de ser discutidas.

E há coisas que vamos garantir:

Uma ideia que nunca deixamos cair no chão é a da auditoria, que é para ser decidida na primeira reunião em que houver deliberações.
Uma auditoria a todo o edifício do sindicato, e não me estou a referir ao prédio, mas sim toda a constituição orgânica do SAMS e Sindicato.

De todo o tempo em que a empresa que for escolhida encontrar documentos para poder fazer toda uma análise quanto a eventual corrupção, tráfico de influências e tráfico interno de questões que forem de levantar.
Esse é uma assunção que nós desde já tornamos pública.
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A CULPA, ESSA EMPEDERNIDA SOLTEIRONA!...

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Independentemente daquilo que a auditoria vier a explicitar e a publicitar (e nós faremos saber aos bancários aquilo que ela produzir) haverá também a garantia, senão eu não estava aqui:

  • haverá procedimentos disciplinares;
  • haverá procedimento judicial;
  • haverá procedimento cível;
  • e haverá procedimento criminal;
    A MAG não vai passar incólume depois daquilo que fez. Há determinações estatutárias inteiramente claras que solicitam a execução de sanções quanto a certos e bem determinados comportamentos


Além dos elementos da direcção que foram cúmplices de tais procedimentos, teremos de considerar a atitude de um homem que não põe a sua assinatura em lado nenhum, mas que é o grande autor moral destas questões, que se chama Osório Gomes e que também não vai passar ao lado.

Aqueles que de alguma forma têm denegrido a nossa imagem e que nos têm arrastado e que nos têm empurrado para a questão judicial, não vão sair incólumes desta situação.

Isso é uma garantia absoluta e unânime dos corpos gerentes e de todos aqueles que têm estado connosco. É convicção geral duma grande quantidade de colegas, candidatos desta lista ou não, sobretudo rapaziada do activo, que pensa que nós não podemos tomar posse e fazer de conta que nada aconteceu.

Isso era pior coisa que nos podia acontecer. E acima de nós situa-se o carácter e a essência do Sindicato no seu todo, que não nos permite pensar ou agir doutro modo.

Os estatutos, o Conselho Geral e… as Assembleias gerais!...

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A terceira questão, que também já vinha no nosso programa é uma revisão dos estatutos.

Os estatutos deste sindicato estão anquilosados;
E mais: são uma verdadeira fonte de prepotência para um ou dois homens.

Isso não pode continuar a acontecer e é uma verdadeira força de bloqueio institucional e democrático.
O poder está radicado em duas posições chave: no presidência da Mesa da Assembleia-geral e no Conselho Geral.
Os sócios só aparentemente têm o direito a pronunciar-se, porque a última palavra é do Conselho Geral.
E então as Assembleias-gerais, perderam-se?

Até os clubes que têm 150.000 sócios têm Assembleias-gerais, porque é que o Sindicato dos Bancários do Centro não as há-de fazer? (palmas de todos os presentes).

Os Secretariados ou Comissões sindicais de reformados

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A quarta questão que me parece extremamente importante, vinha no nosso programa, e será das primeiras questões a tratar:
Iremos criar aquilo que o Norte e o Sul e Ilhas já tem há muitos anos: Uma secção sindical de reformados, com autonomia financeira, com autonomia política, com autonomia administrativa, para encetar as acções que entender e confrontar se for necessário a direcção e os órgãos centrais do Sindicato com determinado tipo de reivindicações. Este Sindicato não tem nada disso.
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Para estarmos hoje aqui foi necessário que um grupo de pessoas fizesse um conjunto de esforços e de dedicação para estarmos hoje aqui.
Não devia ser assim.
Deviam ter a capacidade, e o Sindicato punha ao vosso dispor os meios necessários.
Essa garantia também dou.
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O Sindicato porá ao dispor desse futuro Secretariado ou Comissão Sindical de Reformados instalações, meios e autonomia financeira para despoletarem e discutirem entre vocês, entre nós todos associados, quer os que estão reformados quer os que estão no activo, para discutir com mais acuidade questões atinentes não apenas aos reformados mas duma forma geral ao Sindicato dos Bancários do Centro e ao panorama sindical e dos trabalhadores em geral.
Isso vai ser uma das primeiras deliberações que vamos tomar nas reuniões da direcção.
Outras naturalmente a seu tempo virão, mas também têm que nos dar tempo para respirar e podermos chegar lá, porque estamos há dois anos à espera.

Os filhos, os enteados e outras situações

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Cá dentro do Sindicato há duas questões que vão ser fundamentais:


  • Reorganizar os serviços
  • e ver até que ponto é que os filhos e enteados mandam mais que alguns bancários que aqui andam e que precisam de ser atendidos porque eles é que são os verdadeiros donos desta casa.
Não apenas nos serviços jurídicos, porque têm de estar ao dispor dos sócios e têm de estar presentes.

Uma das grandes críticas que os associados fazem é que telefonam para cá e nunca ninguém atende, e nós estamos na disposição de fazer avenças pontuais com advogados para os assistir, tendo não obstante um gabinete jurídico com advogados do nível 17 e 18, que é coisa para mim impensável de alguma vez lá chegar.
Gabinete esse que não dá vazão, nem dá resposta aos problemas dos associados, que hoje são cada vez mais prementes, com anúncios de despedimentos colectivos, por exemplo, de um ou dois bancos (do BPN e do Finibanco).

Ou como também é o caso do filho do presidente que está no nível 15, o que para mim também é impensável, a não ser que estivesse no banco e fosse gerente ou director; são estas questões que temos que resolver, equacionar e discutir e os bancários têm de saber!... Porque com efeito, mesmo os que estão à volta desta mesa não sabem!...

E em última instância, para não haver a tal politização do Conselho Geral, acusado de ser manobrado ou manipulado por determinadas maiorias que emergem da própria eleição, defendemos as Assembleias-gerais, que podem estar politizadas, evidentemente.

Mas dentro de uma Assembleia-geral participam todos os sócios que quiserem e é difícil arregimentar as pessoas.
Há mais liberdade, e atenuam-se os problemas dos consensos e das maiorias e minorias manobradas.
Por um voto se ganha por um voto se perde.
(palmas de todos os presentes).

As limitações experimentadas pela lista A para fazer chegar a sua opinião aos trabalhadores do SBC, e o esbanjamento de meios pela direcção

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Nós somos 5.300 e quase 50% dos sócios do SBC são reformados. Todo o esforço de comunicação, fotocópias, telefonemas e muitas outras despesas têm corrido por nossa conta particular, conforme os casos.
Emitir circulares para todos os sócios, pelo menos uma vez por mês, seria financeiramente impossível, enquanto que os meios à disposição da direcção foram todos pagos à conta do Sindicato!...
Todos vós recebestes cartas enviadas para vossas casas pagas pelo Sindicato!...
E mais: o orçamento foi chumbado, como toda a gente sabe; estava lá uma verba de 6.000 euros para o advogado e eles, direcção, sabendo que o orçamento estava chumbado, não se ficaram pelos 6.000, utilizaram 13.000!...
O Dr. Antero Braga já lá tem mais de 4.000 contos à conta do Sindicato.
É isto que os sócios também querem saber e esta é uma reunião de associados para dar informações!...
Nós não tivemos um tostão; eles esbanjaram mais de quatro mil contos, incluindo comunicados enviados para casa de toda a gente − o que é caríssimo − com a verborreia do Dr. Teles Grilo a chamar mentecaptos e a censurar ou omitir depoimentos de alguns conselheiros gerais.
Do que era dito realmente pelos conselheiros, os sócios não tinham conhecimento!
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Para chegarmos aos associados não tivemos meios financeiros. Esse foi o nosso problema essencial: chegar ao conhecimento das pessoas! Só em contactos directos foi possível ir torneando essa necessidade.
Se o problema tivesse durado três meses, teria sido possível trabalhar doutro modo, mas a verdade é que durou dois anos!...
Ao longo de dois anos, repito, com sete processos judiciais, e a pagar as custas do nosso bolso, porque ainda esta semana pagámos 198 euros por causa da queixa-crime, e essa foi metida a sete colegas que estão aqui dentro desta sala.
E mais: o juiz do ministério público mandou-nos a conta para aqui, com a indicação de que deveríamos pagar 198 euros cada um!...
Por conselho do nosso advogado (e porque somos bancários e não banqueiros) a instrução do processo ficou só em meu nome, sendo o único a pagar os 198 euros!...
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É bom chegarem comunicados a casa à custa de terceiros. Nós não tivemos dinheiro para isso!...
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Como disseram na vossa intervenção de abertura é a grande diferença de meios que existiu entre aqueles que têm tudo, e aqueles que querem chegar aos associados com verdade e não têm hipótese.


Uma tarefa difícil mas essencial: a mobilização dos associados

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Numa das partes da apresentação que foi lida por vós, que é um texto que norteia este movimento, não deixo de notar uma certa tristeza da vossa parte por a lista A não ter arregimentado outros associados no sentido de dar volta a isto e eu pergunto como é que nós o faríamos?
Se nós quiséssemos aqui meter a polícia tínhamos uma maioria que estava instituída na Direcção e que dizia serem eles quem quer pode e manda.
  • Quando nós viemos hoje aqui, eu também venho com o lançamento de um repto:
    não se trata apenas de dizer-vos que é importante este movimento; Achamos sim que é importante, mesmo depois de termos tomado posse que este movimento seja alimentado e acarinhado mas ao mesmo tempo lançar um repto aos associados:

  • o Sindicato é de 5.300 sócios, não é das Direcções!


As Direcções não são donas do Sindicato; esta é uma associação sindical, é dos seus associados todos.

Enquanto uma esmagadora maioria não se assumir de forma consciente e determinada, equivale a demitir-se das suas responsabilidades, deixando as associações sejam elas sindicais sejam elas desportivas, ao sabor de quatro ou cinco “marmanjões “que fazem vida disto e que atingem privilégios e reformas à custa delas.

O Sindicato é uma associação para onde todos vocês descontam, para onde todos nós descontamos: este é o nosso Sindicato.

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sexta-feira, 2 de março de 2007

Uma reunião histórica num momento histórico: Viva o Sindicato dos Bancários do Centro e a nova fase do seu ressurgimento!...

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Teve lugar ontem, com começo pelas 18:00 horas, uma reunião de associados do Sindicato dos Bancários do Centro, realizada na sede do mesmo e promovido pelo nosso movimento “abertura 2006”.

O acontecimento coincidiu com a entrega por elementos da lista A da fotocópia de um documento emanado do Tribunal do Trabalho de Coimbra, que põe termo − finalmente − ao impasse que durante os quase dois anos transactos, foi abusivamente imposto ao funcionamento do SBC, pelo facto de não ter sido respeitada pela anterior direcção e respectiva Mesa da Assembleia-geral, a vontade dos trabalhadores expressa pelos associados nas últimas eleições.

Independentemente das diversas contingências processuais que têm de ser atravessadas por tais decisões, o certo é que dentro de mais ou menos 20 dias terá tomado posse, inapelavelmente, a lista A, ganhadora inequívoca das últimas eleições do nosso sindicato!...

O encontro foi amplamente participado, tendo ficado repleta a sala de reuniões que nos fora reservada.
É com imenso gosto que participamos a todos os colegas que consideramos essa reunião um acontecimento muito raro e cheio de promessas para os trabalhadores associados do SBC, pelas mais diversas razões:


  • Primeiro, decorreu dentro do mais aberto espírito de participação democrática, o que produziu em todos os presentes um enorme entusiasmo, dado que há muitos anos uma tal iniciativa não era levada à prática no seio do nosso sindicato;

  • Segundo porque foi um encontro cheio do sentido do diálogo, e ao longo do qual as mais diversas razões foram apresentadas, coroado por um período de fornecimento de dados e de informações, essas de parte dos elementos presentes da lista A (futura direcção do sindicato).

Apenas como nota dominante do acontecimento, não sem uma nota de partilhada emoção, salientamos o entusiasmo geral provocado pela importância do momento, celebrado não por detrás das cortinas do poder e de costas viradas para os trabalhadores, mas com o sentimento de vitória colectiva e de fundamentada esperança no enriquecimento e renovação institucional do nosso Sindicato e dos SAMS.

É com imensa honra, também, que o movimento "abertura 2006" se propõe encetar uma nova época no seio das nossas vivências sindicais, caracterizada por um empenho resoluto da classe a que pertencemos em tomar voz em tudo aquilo que for nosso direito, assumindo com compenetração a defesa dos nossos verdadeiros interesses.

Saudamos por outro lado, com o maior entusiasmo, as palavras resolutas dos representantes da lista A, que em breve veremos como membros empossados da nova direcção do SBC, acerca de vários aspectos de magna importância, cuja concretização recolocará o mesmo na senda das suas melhores tradições, e virá a colocar um ponto final na deriva de desprestígio e de decadência que vinha trilhanto de há muito, de há demasiado tempo!...

VIVA O SINDICATO DOS BANCÁRIOS DO CENTRO!...

VIVAM OS TRABALHADORES DO SINDICATO DOS BANCÁRIOS DO CENTRO!...

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Intervenção de fundo do movimento "abertura 2006" no encontro de associados de ontém

Razões de uma atitude

Temos a honra de saudar todos os sócios do SBC aqui presentes, conscientes de que a nossa atitude afirma que os trabalhadores bancários não se encontram alheios ao seu destino de grupo sócio laboral, estão mobilizados na salvaguarda dos seus direitos sindicais, da sua verticalidade de cidadãos que vivem do seu trabalho, e que pretendem ter uma palavra a dizer quanto à gestão e orientação de patrimónios que lhes pertencem pelo mais inalienável direito.




Um estudo substancial de todo o evoluir do historial do SBC, como entidade burocratizada no qual vigora um divórcio absoluto entre a classe dirigente e os seus associados, deveria exigir a revelação atitudes que foram sendo guardadas no maior secretismo, dada a forma hermética como foi sendo exercido o poder ao longo dos últimos quase trinta anos.
A maior parte de tais factos, contudo, são conhecidos apenas de uma mão cheia de dirigentes que, duma forma ou de outra, também participaram dos mesmos, pelo que se tem revelado historicamente inviolável a maior parte dos “segredos” que afectaram a gestão e a estratégia dos SBC.

Para fazer o julgamento que aqui nos traz, contudo, não é necessário por agora ter um conhecimento específico desses fenómenos ocultos.
Para caracterizar bem os sinais palpáveis de tudo isso bastaria analisar, por exemplo:

  • os documentos que foram publicados desde sempre pelo próprio SBC, para os mais variados efeitos, incluindo as simples e por vezes tão descarnadas “circulares” para os sócios;
  • a evolução e operacionalidade dos diversos órgãos que os estatutos definem como elementos condutores da vida e da filosofia do SBC, nomeadamente os seus diversos congressos;
  • os diversos textos estatutários que foram sendo “adaptados” a realidades sucessivas, a prioridades e interesses da já referida classe dirigente e respectivos efeitos na prática do sindicato em geral e dos SAMS;
  • toda a evolução contratual e muitas outras medidas de fundo que toleram e mascaram de normalidade um despudorado incumprimento de tudo o que são os direitos laborais;
  • todas as manobras que foram dando lugar à fragmentação sindical e consequente decadência dos Sindicatos do sector, resultantes de omissões de pedagogia e de princípios de integridade sindical elaboradas ocultamente na obediência a directivas e prioridades impostas que nada têm a ver com o interesse dos trabalhadores.
O sistema de concorrência democrática no seio do sindicato e toda a metodologia seguida nos processos eleitorais de fim de mandato, pode ser indicado como processo exemplarmente esclarecedor daquilo que vimos afirmando.

Tal orgânica e tais processos configuram um panorama de total desigualdade, na qual as oposições, fossem quais fossem os seus participantes ou o seu conteúdo programático, jamais teriam a mínima hipótese de disputar realmente o poder à entidade dominante.
As oposições tinham uma intervenção cerceada e insignificante, e “o poder instalado” jogava em casa, não deixando um só instante de actuar como tal, dispondo de todo o aparelho respectivo, de todo o tempo e de todos os meios para comandar e condicionar o desenrolar dum processo que, encerradas as eleições (ou pseudo-eleições) voltava a mergulhar no mais absoluto e passivo silêncio.

Outro paralelo sintomático do que afirmamos configura-se na prática orientadora dos conselhos gerais (com maiorias garantidas à partida pela engenharia estatutária), órgão cujo eco fidedigno sempre se perdeu por detrás da mais evidente manipulação noticiosa das suas actas.

Estas, ferreamente limitadas ao conteúdo “politicamente conveniente” para a entidade que as publica, a Mesa da Assembleia-geral, sempre revelaram da parte desta um alinhamento incondicional com os mais óbvios interesses da direcção respectiva, facto que diz tudo quanto à natureza de uma entidade que deveria pautar-se por recomendáveis princípios de uma equidistância respeitável.

O cerceamento das informações exactas e pormenorizadas relativas à gestão e governação sindical e do SAMS, não se ficava apenas pelos trabalhadores em geral, estendendo-se aqui, de modo injustificável, aos elementos do conselho geral, ao arrepio do espírito e da letra dos estatutos do Sindicato e das características e responsabilidades inerentes àquele organismo.

Nesse sentido, o debate de ideias, a confrontação de projectos divergentes dos do poder, bem como os tratados e arranjos gizados longinquamente nas salas de contratações com o patronato e impulsionadas por directivas da Central Sindical respectiva, seguiram sempre um caminho que nunca foi discutido, clarificado ou minimamente ventilado entre direcção e trabalhadores.

Estes eram sempre, como a prática demonstra, os “últimos a saber” as coisas que entretanto também só eram tornadas conhecidas não pela sua letra ou pelo seu espírito: mas muito tempo depois, por efeito da sua aparição como “factos consumados”.
Aqui e ali uma acção teatral sem consequências, uma ou outra cerimónia para aparecer nas páginas indiferentes de um jornal de província, uma ou outra declaração inflamada, foram apenas o pano de fundo, o “folclore” duma tolerância perante a degradação persistente e silenciosa.



A enumeração das zonas cinzentas, ou completamente ocultas, da estratégia de governo deste sindicato estendem-se praticamente a todo o universo visível da sua forma e do seu conteúdo, e sobram perguntas a respeito de quase todos os seus elementos constituintes:

  • os critérios e o custo das contratações de pessoal para os seus quadros e respectiva política de gestão de pessoal;
  • os seus patrimónios materiais e imateriais, os edifícios que são seus ou arrendados;
  • a fantasmática “casa do bancário”;
  • o funcionamento, gestão e rentabilização do edifício da R. Lourenço de Almeida Azevedo;
  • os confidenciais relatórios do “conselho fiscalizador de contas”;
  • a estratégia vazia de todo o sentido sindicalista do órgão de propaganda da direcção inamovível;
  • a natureza rudimentar, dispendiosa e sem qualquer conteúdo sindicalista de uma pretensa “animação cultural”, sempre apresentada como acção da mais evidente propaganda dos corpos dirigentes, neles abundantemente fotografados;
  • as excursões de todo o género e feitio, a maioria das quais são claramente concebidas para bancários com melhor situação financeira, em perfil de agência de viagem “como uma outra qualquer”, em que não é nítida a linha de separação da “boa vontade organizativa” e o negócio puro e simples;

Não ficaria por aqui a apresentação das nossas dúvidas, tão grande é o espaço para elas.

Seria possível questionar tudo na estratégia deste poder sindical, incluindo a utilidade vacilante e dúbia de serviços jurídicos de elevadíssimo custo, cuja prestação seria curioso avaliar no seu devido préstimo, no sentimento de confiança que infundem (ou não) nos trabalhadores que a eles deveriam ter o mais amplo e franco acesso.

É no entanto gravemente oportuno mencionar, apenas como nota acessória do muito que fica por dizer, a perda que a classe foi registando de uma cultura sindical participativa, anulada pelo exercício de um poder que em si mesmo centrava a sua principal prioridade estratégica, negociando por vezes o inegociável, e cedendo perante o patronato e perante a circunstâncias político partidárias que fosse necessário ou conveniente.

As argumentações que foram justificando tais cedências, foram sempre acobertadas por razões que eram endossadas a terceiros, na lamentável concepção de que um pequeno sindicato que não tem poder para definir orientações de toda a classe a nível nacional, está quase naturalmente dispensado ou é impotente para assumir posições verticais, opções claras e posicionamentos de rectidão.

De não esquecer, nesta área de desenvolvimentos obscuros, a táctica imperativa de uma central sindical – a UGT – cuja comparticipação efectuada pelo Sindicato dos Bancários do Centro atingiu verbas fabulosas, e cuja contrapartida, ou cujos objectivos, são de muito difícil – senão impossível – entendimento.

Para não alongar mais a nossa apresentação, e para dar oportunidade a que outros se pronunciem, vamos colocar em evidência a parte das nossas observações e conclusões a respeito do momento actual, que consideramos insuportável e injustificável pelos códigos mais elementares da razão e da moral.

Realizadas eleições no nosso Sindicato, relativamente às quais já se encontra definitivamente esclarecido qual foi a lista vencedora, em órgão próprio do Sindicato sob convocatória judicial, suscitada por um conflito já de si dispensável, que observamos nós?

Um grupo ou sector privilegiado de ex-dirigentes movem uma guerra jurídica sem quartel ao funcionamento normal da instituição e delapidam meios que são de todos, ao que julgamos sem qualquer legitimidade, arrastando à decadência objectiva uma entidade que se vê, por esse meio, confinada a uma gestão de tipo perfeitamente fragmentário e desconexo.

É nossa convicção que a fonte de tais conflitos radica na posição de um número muito diminuto de indivíduos que prefere destruir por completo o Sindicato como instituição útil e sensatamente governada, a ter de perdê-lo como objecto de seu exclusivo mando e assento de poder.

Alguns indivíduos mal informados a respeito dos nossos objectivos e intenções, tem-nos criticado o julgarem que somos apoiantes da lista A.
Queremos esclarecer que essa questão não nos merece quaisquer comentários, estando já bem caracterizada a nossa posição em documentos anteriormente publicados.

Acontece simplesmente que julgamos que a lista A, como legitima vencedora das eleições realizadas já há praticamente 2 anos, está a ser arredada do poder de forma incompreensível, para seu e nosso prejuízo.
A situação deve merecer de todos nós a ponderação de atitudes que, dentro das práticas do civismo activo e da afirmação das nossas convicções pelas vias legais e institucionais, possam conduzir ao terminus dum arrastado e escandaloso desrespeito pelas regras democráticas.
Quanto à posição da lista A, lamentamos que não tenha reunido forças e dinamismo interno, para arrastar consigo uma generosa e activa movimentação de trabalhadores bancários que possa fazer a diferença e proporcionar um esclarecimento rápido da situação vigente;
Pensamos mais:

Quem não quer ser comparado ou minimamente associado às manobras obstrucionistas em curso deve demarcar-se de forma muito nítida, exigir de forma corajosa o que é seu de direito moral, e convocar todos os trabalhadores deste sindicato para que, olhos nos olhos, exijam a quem abusa que deixe trabalhar quem tem vontade e direito para o fazer.

Quanto à lista B e ao seu principal e único aliado, o Senhor presidente da mesa da Assembleia-geral, pedimos-lhes que façam o que lhes compete, em obediência a princípios que deveriam ser os seus:

  • queiram fazer o favor de sair da frente dos trabalhadores do Sindicato dos Bancários do Centro!...
  • Os Senhores estão a impedir-nos, contra toda a razão da maioria expressa em urnas, de prosseguirmos o nosso caminho.
  • Não queiram ficar para a história como pedras mortas atravessadas em frente da classe a que pertenceram.

Deixem que a democracia aconteça entre nós!...

(nota circunstancial:

discutido e aprovado dias antes por largo número de colegas, membros activos do nosso movimento "abertura 2006", está este documento naturalmente afastado da perspectiva - então inimaginável - do desenvolvimento esclarecedor que haveria de surgir exactamente ontém.
Pelo contributo que representa no esclarecimento de factos iniludíveis do devir histórico, ainda fortemente articuladas com o presente, decidimo-nos a apresentá-lo, certo que pode referenciar num todo, um conjunto de factos bem menos conhecidos do que seria para desejar.)

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

A TODOS OS ASSOCIADOS DO SINDICATO DOS BANCÁRIOS DO CENTRO:

  • Apresentação do movimento abertura 2006 (grupo de dinamização sindical dos associados do Sindicato dos Bancários do Centro) destinado a reconstruir a dignidade e dinamismo sindical da classe a que pertencem.


1. SÍNTESE DE ABERTURA

1.1 Estamos situados numa fase amadurecida das nossas vidas, encarando o nosso sindicato e os SAMS como patrimónios preciosos e fundamentais para nós e para as nossas famílias, mas que se encontram numa deriva de desprestígio e degradação que, sob certos aspectos, os faz correr risco de extinção.

1.2 Não nos animam projectos de poder, projecção ou benefício pessoal, sendo na totalidade pessoas com memória sindical e tradição de participação activa nas estruturas de trabalhadores, sempre exercida em posições de base, com carreiras efectuadas nos nossos locais de trabalho ao serviço das entidades patronais respectivas.

1.3 O movimento “abertura 2006” é caracterizado pela sua espontaneidade, absoluta independência em relação a grupos ou opções políticas e sindicais particulares, e nele não existem demarcações hierárquicas que diferenciem os membros entre si, que se propõem dar o seu melhor para defender os propósitos evidenciados neste documento.

1.4 Seremos um secretariado permanente interessado na revitalização de uma classe de trabalhadores cuja coesão orgânica e participação activa nunca se encontraram tão baixo, tentando esclarecer e intervir num processo de contornos que permanecem desconhecidos para a maioria dos seus interessados.

1.5 Entendemos essencial ao processo de moralização do SBC efectuar uma avaliação metódica e honesta dos prejuízos e inconvenientes que tiveram a sua origem no modo de gestão em curso nos últimos 26 anos, com clarificação de situações que têm sido mantidas no mais indesejável silêncio, ocultas por motivos que são inteiramente alheios aos interesses de toda a classe.

1.6 A subscrição deste documento está aberta à participação de todos os colegas que queiram tomar parte neste movimento, e cujos propósitos coincidam de forma claramente honesta com aqueles que aqui se encontram explicitados.

2. A SITUAÇÃO ACTUAL DO NOSSO SINDICATO

No momento em que se disputaram as últimas eleições apresentaram-se duas listas concorrentes, cujos membros constituintes são genericamente bem conhecidos de toda a classe:

  • A lista B representando uma continuidade absoluta das figuras e estruturas de poder que desde há muitos anos vêm dirigindo, a nosso ver muito mal, os destinos do nosso Sindicato e dos SAMS.
  • A lista A constituída maioritariamente por elementos oriundos de uma cisão operada no seio da mesma direcção, demonstração clara das contradições, desencontros e conflitos de interesses reinantes no seu seio.

2.1. Encontrando-se inquinado, desde há muitos anos, o clima de participação democrática e de concorrência de posições desejável no seio do S.B.C., por via de um sistema burocraticamente imposto que subverteu metodologias indispensáveis numa organização de tal natureza, não foi possível à lista A, claramente vencedora do acto eleitoral em causa, tomar posse na altura devida, por obstrução feita pela M.A.G. no poder, ao desvirtuar e subverter por completo o acto de contagem de votos.

2.2. Depois de episódios lamentáveis do ponto de vista institucional e repulsivos do ponto de vista da respeitabilidade democrática das eleições em apreço, não está ainda dirimido o arrastado e dispendioso conflito entretanto ocorrido entre as duas listas referidas, que se verá eventualmente resolvido judicialmente ao fim de quase dois longos anos de prejuízos gravíssimos para a orgânica e funcionamento da instituição em causa.

2.3. Atentos a todo o decurso do referido conflito judicial, é nossa firme expectativa que o doloroso processo seja encerrado, o mais breve possível, mediante a tomada de posse da nova direcção, que não poderá ser outra senão a que se candidatou com a lista A, conforme decisão soberana tomada oportunamente em Conselho Geral do nosso Sindicato.

2.4. Necessário entretanto se torna enfatizar que o processo conflitual que teve lugar se deve à intransigente sede de poder do grupo que durante longos anos capitaneou o SBC, com manifesto abuso de funções e com evidente falta de respeito pelas tarefas que deveriam ter cumprido, nomeadamente aquelas que têm a ver com as regras fundamentais do processo democrático.

3. TRANSFORMAÇÃO DOS SAMS EM EMPRESA DE PRESTAÇÃO DE BENS E SERVIÇOS

Temos reparado que passou grandemente despercebida, devido à falta de transparência e aos critérios de não participação reinantes, a notícia inserida no órgão de propaganda da anterior direcção (o “Objectivo” de Outubro de 2005) de ter sido aprovada naquela altura pela mesma, uma proposta de criação de uma “empresa de prestação de bens e serviços”, por aglutinação e apropriação duma quantidade dos mais valiosos patrimónios e valências do Sindicato e dos próprios SAMS.

A medida em causa apenas não foi levada por diante devido à perda de legitimidade democrática e à derrota sofrida pela lista B, constituída pelo grupo essencial dos mentores da direcção.

3.1. Desejamos exprimir a nossa maior desconfiança perante alterações qualitativas deste género, que abalam todo o conceito e finalidades essenciais do Sindicato e dos SAMS, arrastando consigo patrimónios materiais e imateriais da mais relevante importância, apresentados de forma sumária como factos consumados e sem a mínima discussão e conhecimento prévios do colectivo a que dizem respeito.

3.2. Com efeito, é com consternação que assistimos a uma gestão dos SAMS questionável em muitos aspectos, persistentemente orientada para a perda de direitos dos beneficiários, o encarecimento dos serviços, a instabilidade dos quadros médicos, a ausência de sensibilidade organizativa e de visão técnica adequada, a burocratização de processos em que a simples marcação duma consulta é tantas vezes uma tarefa árdua, senão de todo impossível, etc.

3.3. Também neste domínio faz parte das nossas intenções uma clarificação muito nítida de toda a situação presente e de toda a estratégia futura que está no programa dos novos corpos gerentes, da qual não excluímos transformações qualitativas que se revelarem imprescindíveis, mas levadas a cabo com o maior respeito pelos direitos e conveniências de todos os associados, e com o mais elevado sentido de honesta responsabilidade e imprescindível transparência.

4. É NECESSÁRIO E URGENTÍSSIMO ASSUMIR E ATRIBUIR RESPONSABILIDADES

4.1. Perante situações muito difíceis de historiar, e cujas origens se situam a muitos anos de distância, não pretendemos alienar responsabilidades relativamente a um processo que nos diz directamente respeito e que tem a ver com necessidades prementes e direitos inalienáveis.

4.2. É por conseguinte nosso propósito contribuir de forma empenhada para a restauração de um sentido de classe que se encontra exaurido por quase trinta anos de sindicalismo cego, surdo e mudo, cujo exercício tem estado radicalmente alheio a um sentido de missão e ao respeito mínimo por instituições de que somos o suporte e a razão principais.

4.3. Achamos além disso que não será possível de forma nenhuma o restabelecimento da necessária credibilidade institucional no seio do Sindicato dos Bancários do Centro sem que ali se leve a cabo, com toda a urgência, uma auditoria externa aos últimos mandatos do Sindicato e dos SAMS, que analise com todo o rigor e verdade a situação real em que se encontram, quanto à sua gestão e contas.

5. APELOS E METODOLOGIA INICIAL

Apelamos portanto a todos os colegas que tenham conhecimento desta tomada de posição que tomem em suas próprias mãos a ideia que aqui trazemos da reanimação, mais do que necessária, imprescindível e urgente, de uma classe outrora conhecida pelo seu inegável brio socio-profissional, pela sua coragem cívica e pela sua determinação sindical.

5.1 Afastando liminarmente a possibilidade, que seria lamentavelmente funesta, de continuar o impasse vigente na direcção do S.B.C., vamos considerar desde já as atitudes que achamos mais correctas e necessárias a partir deste momento da vida do nosso Sindicato.

5.2 Logo que tome posse a nova direcção, constituída pela Lista A, legítima vencedora das últimas eleições, não é nosso intuito constituir um contra-poder de oposição negativa a essa nova direcção, antes pelo contrário: é nosso intuito procurar, no exercício consequente da nossa legitimidade de sócios, esclarecer e ventilar junto da mesma todos os temas que possam interessar a classe a que pertencemos, no contexto dos seus mais legítimos interesses.

5.3 Entendemos que a mesma direcção merece inteiramente o benefício da dúvida por ter conseguido efectuar uma ruptura histórica num momento crucial de acentuada deterioração dos destinos do SBC, esperando todos nós sinais imediatos e evidentes duma verdadeira vontade de mudar processos em tudo criticáveis e viciados pela mais obscura utilização do poder pelo poder.

5.4 De modo particular desejamos conhecer todos os detalhes relativos à pugna judicial e seu elevado custo, e quais as decisões e critérios que vão ser colocados em prática para que os verdadeiros responsáveis sejam energicamente confrontados e responsabilizados por todos os prejuízos materiais decorrentes do seu comportamento anti-democrático.


6. “abertura 2006” um lugar da Internet que é instrumento de acção sindical

6.1 Dadas as facilidades que a nova tecnologia oferece, construímos este local na Internet que tem o título do movimento originado em grande número de trocas de impressões ocorridas durante o ano transacto, e se designa por isso como “abertura 2006”.

Terá como objectivos:

6.2 Divulgar todos os factos de que tivermos conhecimento que emergirem da difícil e até perigosa crise que enfrenta a entidade sindical de que somos associados, e os SAMS.

6.3 Promover o esclarecimento e a discussão aberta da nossa realidade socio-laboral (sindical e assistencial) possibilitando a participação crítica de todos os associados do SBC na apreciação de documentos e posições já assumidas e a assumir pelos órgãos do nosso Sindicato.

6.4 Receber, coligir e publicar as contribuições fundamentadas e depoimentos que nos queiram dirigir e que tenham como propósito a defesa consequente dos interesses gerais da classe a que pertencemos.

6.5 Fazer tudo que esteja ao nosso alcance em ordem à transformação positiva do panorama acima traçado, nomeadamente através de uma participação activa junto das diversas instâncias e órgãos do Sindicato dos Bancários do Centro a que temos direito de acesso, pela afirmação assumida das nossa qualidade de cidadãos e associados de pleno direito.

  • Convidamos por isso todos os trabalhadores bancários do centro para que se nos dirijam através do endereço electrónico junto (abertura2006@gmail.com), dando conhecimento da sua adesão a este movimento, e do seu interesse e disponibilidade para podermos estabelecer contactos activos no futuro próximo.
  • Não dispomos por enquanto de meios materiais e organizativos para além da nossa vontade e disponibilidade pessoais, mas estamos decididos a acabar com um silêncio estéril e uma inoperância que têm servido de forma escandalosa usos e abusos que altamente desgastaram o património e a intervenção do Sindicato dos Bancários do Centro.


7. RESPONSABILIDADE E TRANSPARÊNCIA

Segue a designação nominal dos subscritores desta comunicação, acompanhada do número respectivo de associados no SBC, o que é expressão da antiguidade sindical de cada um, significando por isso que se apresentam como grupo coeso e corresponsável face aos propósitos enunciados, sem diferenciação hierárquica entre si:

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André Batista dos Santos (731)

David Henriques (765)

Alberto José Marques Lopes (799)

Carlos Dirceu Rebêlo Guimarães (1249)

Carlos Silva Faria da Cunha (1270)

António Coelho Dinis Tejo (1413)

Dr. Mário Oliveira Teles (1456)

Pedro Júlio de Almeida Poiares Malta (1855)

Mário Francisco Isaac Gonçalves (1865)

Carlos Alberto Marques da Silva Filipe (2032)

José Costa Pinto (2039)

Carlos Alberto Duarte Pereira (2045)

José Sebastião Gomes da Costa Brites (2161)

Manuel João Serra Matias (2507)

José Alberto dos Santos Loureiro (2647)

Manuel Pedro Avelãs Nunes (3690)

Adelino de Almeida Vilão (4134)

Francisco Ângelo Soares Baptista (6148)

Dr. Manuel Esteves Cordeiro (6307)

José Maria Ferreira (6398)

Edmundo Alexandre Afonso Silva Gil (7869)

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NOTA: A fotografia colocada acima, como elemento simbólico ou logotipo do nosso movimento, representa uma perspectiva dos cumes nevados da Serra da Estrela, coração firme do Centro de Portugal.

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