Grupo de dinamização sindical dos associados do Sindicato dos Bancários do Centro

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

A TODOS OS ASSOCIADOS DO SINDICATO DOS BANCÁRIOS DO CENTRO:

  • Apresentação do movimento abertura 2006 (grupo de dinamização sindical dos associados do Sindicato dos Bancários do Centro) destinado a reconstruir a dignidade e dinamismo sindical da classe a que pertencem.


1. SÍNTESE DE ABERTURA

1.1 Estamos situados numa fase amadurecida das nossas vidas, encarando o nosso sindicato e os SAMS como patrimónios preciosos e fundamentais para nós e para as nossas famílias, mas que se encontram numa deriva de desprestígio e degradação que, sob certos aspectos, os faz correr risco de extinção.

1.2 Não nos animam projectos de poder, projecção ou benefício pessoal, sendo na totalidade pessoas com memória sindical e tradição de participação activa nas estruturas de trabalhadores, sempre exercida em posições de base, com carreiras efectuadas nos nossos locais de trabalho ao serviço das entidades patronais respectivas.

1.3 O movimento “abertura 2006” é caracterizado pela sua espontaneidade, absoluta independência em relação a grupos ou opções políticas e sindicais particulares, e nele não existem demarcações hierárquicas que diferenciem os membros entre si, que se propõem dar o seu melhor para defender os propósitos evidenciados neste documento.

1.4 Seremos um secretariado permanente interessado na revitalização de uma classe de trabalhadores cuja coesão orgânica e participação activa nunca se encontraram tão baixo, tentando esclarecer e intervir num processo de contornos que permanecem desconhecidos para a maioria dos seus interessados.

1.5 Entendemos essencial ao processo de moralização do SBC efectuar uma avaliação metódica e honesta dos prejuízos e inconvenientes que tiveram a sua origem no modo de gestão em curso nos últimos 26 anos, com clarificação de situações que têm sido mantidas no mais indesejável silêncio, ocultas por motivos que são inteiramente alheios aos interesses de toda a classe.

1.6 A subscrição deste documento está aberta à participação de todos os colegas que queiram tomar parte neste movimento, e cujos propósitos coincidam de forma claramente honesta com aqueles que aqui se encontram explicitados.

2. A SITUAÇÃO ACTUAL DO NOSSO SINDICATO

No momento em que se disputaram as últimas eleições apresentaram-se duas listas concorrentes, cujos membros constituintes são genericamente bem conhecidos de toda a classe:

  • A lista B representando uma continuidade absoluta das figuras e estruturas de poder que desde há muitos anos vêm dirigindo, a nosso ver muito mal, os destinos do nosso Sindicato e dos SAMS.
  • A lista A constituída maioritariamente por elementos oriundos de uma cisão operada no seio da mesma direcção, demonstração clara das contradições, desencontros e conflitos de interesses reinantes no seu seio.

2.1. Encontrando-se inquinado, desde há muitos anos, o clima de participação democrática e de concorrência de posições desejável no seio do S.B.C., por via de um sistema burocraticamente imposto que subverteu metodologias indispensáveis numa organização de tal natureza, não foi possível à lista A, claramente vencedora do acto eleitoral em causa, tomar posse na altura devida, por obstrução feita pela M.A.G. no poder, ao desvirtuar e subverter por completo o acto de contagem de votos.

2.2. Depois de episódios lamentáveis do ponto de vista institucional e repulsivos do ponto de vista da respeitabilidade democrática das eleições em apreço, não está ainda dirimido o arrastado e dispendioso conflito entretanto ocorrido entre as duas listas referidas, que se verá eventualmente resolvido judicialmente ao fim de quase dois longos anos de prejuízos gravíssimos para a orgânica e funcionamento da instituição em causa.

2.3. Atentos a todo o decurso do referido conflito judicial, é nossa firme expectativa que o doloroso processo seja encerrado, o mais breve possível, mediante a tomada de posse da nova direcção, que não poderá ser outra senão a que se candidatou com a lista A, conforme decisão soberana tomada oportunamente em Conselho Geral do nosso Sindicato.

2.4. Necessário entretanto se torna enfatizar que o processo conflitual que teve lugar se deve à intransigente sede de poder do grupo que durante longos anos capitaneou o SBC, com manifesto abuso de funções e com evidente falta de respeito pelas tarefas que deveriam ter cumprido, nomeadamente aquelas que têm a ver com as regras fundamentais do processo democrático.

3. TRANSFORMAÇÃO DOS SAMS EM EMPRESA DE PRESTAÇÃO DE BENS E SERVIÇOS

Temos reparado que passou grandemente despercebida, devido à falta de transparência e aos critérios de não participação reinantes, a notícia inserida no órgão de propaganda da anterior direcção (o “Objectivo” de Outubro de 2005) de ter sido aprovada naquela altura pela mesma, uma proposta de criação de uma “empresa de prestação de bens e serviços”, por aglutinação e apropriação duma quantidade dos mais valiosos patrimónios e valências do Sindicato e dos próprios SAMS.

A medida em causa apenas não foi levada por diante devido à perda de legitimidade democrática e à derrota sofrida pela lista B, constituída pelo grupo essencial dos mentores da direcção.

3.1. Desejamos exprimir a nossa maior desconfiança perante alterações qualitativas deste género, que abalam todo o conceito e finalidades essenciais do Sindicato e dos SAMS, arrastando consigo patrimónios materiais e imateriais da mais relevante importância, apresentados de forma sumária como factos consumados e sem a mínima discussão e conhecimento prévios do colectivo a que dizem respeito.

3.2. Com efeito, é com consternação que assistimos a uma gestão dos SAMS questionável em muitos aspectos, persistentemente orientada para a perda de direitos dos beneficiários, o encarecimento dos serviços, a instabilidade dos quadros médicos, a ausência de sensibilidade organizativa e de visão técnica adequada, a burocratização de processos em que a simples marcação duma consulta é tantas vezes uma tarefa árdua, senão de todo impossível, etc.

3.3. Também neste domínio faz parte das nossas intenções uma clarificação muito nítida de toda a situação presente e de toda a estratégia futura que está no programa dos novos corpos gerentes, da qual não excluímos transformações qualitativas que se revelarem imprescindíveis, mas levadas a cabo com o maior respeito pelos direitos e conveniências de todos os associados, e com o mais elevado sentido de honesta responsabilidade e imprescindível transparência.

4. É NECESSÁRIO E URGENTÍSSIMO ASSUMIR E ATRIBUIR RESPONSABILIDADES

4.1. Perante situações muito difíceis de historiar, e cujas origens se situam a muitos anos de distância, não pretendemos alienar responsabilidades relativamente a um processo que nos diz directamente respeito e que tem a ver com necessidades prementes e direitos inalienáveis.

4.2. É por conseguinte nosso propósito contribuir de forma empenhada para a restauração de um sentido de classe que se encontra exaurido por quase trinta anos de sindicalismo cego, surdo e mudo, cujo exercício tem estado radicalmente alheio a um sentido de missão e ao respeito mínimo por instituições de que somos o suporte e a razão principais.

4.3. Achamos além disso que não será possível de forma nenhuma o restabelecimento da necessária credibilidade institucional no seio do Sindicato dos Bancários do Centro sem que ali se leve a cabo, com toda a urgência, uma auditoria externa aos últimos mandatos do Sindicato e dos SAMS, que analise com todo o rigor e verdade a situação real em que se encontram, quanto à sua gestão e contas.

5. APELOS E METODOLOGIA INICIAL

Apelamos portanto a todos os colegas que tenham conhecimento desta tomada de posição que tomem em suas próprias mãos a ideia que aqui trazemos da reanimação, mais do que necessária, imprescindível e urgente, de uma classe outrora conhecida pelo seu inegável brio socio-profissional, pela sua coragem cívica e pela sua determinação sindical.

5.1 Afastando liminarmente a possibilidade, que seria lamentavelmente funesta, de continuar o impasse vigente na direcção do S.B.C., vamos considerar desde já as atitudes que achamos mais correctas e necessárias a partir deste momento da vida do nosso Sindicato.

5.2 Logo que tome posse a nova direcção, constituída pela Lista A, legítima vencedora das últimas eleições, não é nosso intuito constituir um contra-poder de oposição negativa a essa nova direcção, antes pelo contrário: é nosso intuito procurar, no exercício consequente da nossa legitimidade de sócios, esclarecer e ventilar junto da mesma todos os temas que possam interessar a classe a que pertencemos, no contexto dos seus mais legítimos interesses.

5.3 Entendemos que a mesma direcção merece inteiramente o benefício da dúvida por ter conseguido efectuar uma ruptura histórica num momento crucial de acentuada deterioração dos destinos do SBC, esperando todos nós sinais imediatos e evidentes duma verdadeira vontade de mudar processos em tudo criticáveis e viciados pela mais obscura utilização do poder pelo poder.

5.4 De modo particular desejamos conhecer todos os detalhes relativos à pugna judicial e seu elevado custo, e quais as decisões e critérios que vão ser colocados em prática para que os verdadeiros responsáveis sejam energicamente confrontados e responsabilizados por todos os prejuízos materiais decorrentes do seu comportamento anti-democrático.


6. “abertura 2006” um lugar da Internet que é instrumento de acção sindical

6.1 Dadas as facilidades que a nova tecnologia oferece, construímos este local na Internet que tem o título do movimento originado em grande número de trocas de impressões ocorridas durante o ano transacto, e se designa por isso como “abertura 2006”.

Terá como objectivos:

6.2 Divulgar todos os factos de que tivermos conhecimento que emergirem da difícil e até perigosa crise que enfrenta a entidade sindical de que somos associados, e os SAMS.

6.3 Promover o esclarecimento e a discussão aberta da nossa realidade socio-laboral (sindical e assistencial) possibilitando a participação crítica de todos os associados do SBC na apreciação de documentos e posições já assumidas e a assumir pelos órgãos do nosso Sindicato.

6.4 Receber, coligir e publicar as contribuições fundamentadas e depoimentos que nos queiram dirigir e que tenham como propósito a defesa consequente dos interesses gerais da classe a que pertencemos.

6.5 Fazer tudo que esteja ao nosso alcance em ordem à transformação positiva do panorama acima traçado, nomeadamente através de uma participação activa junto das diversas instâncias e órgãos do Sindicato dos Bancários do Centro a que temos direito de acesso, pela afirmação assumida das nossa qualidade de cidadãos e associados de pleno direito.

  • Convidamos por isso todos os trabalhadores bancários do centro para que se nos dirijam através do endereço electrónico junto (abertura2006@gmail.com), dando conhecimento da sua adesão a este movimento, e do seu interesse e disponibilidade para podermos estabelecer contactos activos no futuro próximo.
  • Não dispomos por enquanto de meios materiais e organizativos para além da nossa vontade e disponibilidade pessoais, mas estamos decididos a acabar com um silêncio estéril e uma inoperância que têm servido de forma escandalosa usos e abusos que altamente desgastaram o património e a intervenção do Sindicato dos Bancários do Centro.


7. RESPONSABILIDADE E TRANSPARÊNCIA

Segue a designação nominal dos subscritores desta comunicação, acompanhada do número respectivo de associados no SBC, o que é expressão da antiguidade sindical de cada um, significando por isso que se apresentam como grupo coeso e corresponsável face aos propósitos enunciados, sem diferenciação hierárquica entre si:

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André Batista dos Santos (731)

David Henriques (765)

Alberto José Marques Lopes (799)

Carlos Dirceu Rebêlo Guimarães (1249)

Carlos Silva Faria da Cunha (1270)

António Coelho Dinis Tejo (1413)

Dr. Mário Oliveira Teles (1456)

Pedro Júlio de Almeida Poiares Malta (1855)

Mário Francisco Isaac Gonçalves (1865)

Carlos Alberto Marques da Silva Filipe (2032)

José Costa Pinto (2039)

Carlos Alberto Duarte Pereira (2045)

José Sebastião Gomes da Costa Brites (2161)

Manuel João Serra Matias (2507)

José Alberto dos Santos Loureiro (2647)

Manuel Pedro Avelãs Nunes (3690)

Adelino de Almeida Vilão (4134)

Francisco Ângelo Soares Baptista (6148)

Dr. Manuel Esteves Cordeiro (6307)

José Maria Ferreira (6398)

Edmundo Alexandre Afonso Silva Gil (7869)

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NOTA: A fotografia colocada acima, como elemento simbólico ou logotipo do nosso movimento, representa uma perspectiva dos cumes nevados da Serra da Estrela, coração firme do Centro de Portugal.

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